Feng Shui

Feng Shui (Pinyin: fēngshuǐ) é um termo de origem chinesa, cuja tradução literal é vento e água. A pronúncia correcta em mandarim é "fon xuei". Os mesmos ideogramas são utilizados em outros países da Ásia com um sentido semelhante: no Japão (fūsui), Coreia (pung-su) e Vietnam (phong-thy).
Segundo esta corrente de pensamento, estabelecendo uma relação yin/yang, os ideogramas Feng e Shui (respectivamente Vento - yang - e Água - yin -) representariam o conhecimento das forças necessárias para conservar as influências positivas que supostamente estariam presentes em um espaço e redirecionar as negativas de modo a beneficiar seus usuários.
A origem da expressão "Feng Shui" está no Zang Shu (O Livro dos Enterros) escrito pelo Mestre Guo Pu (276-324 d.C). O termo é citado na seguinte sentença:
O Qi é disperso pelo vento (feng) e acolhido pela água (shui).
O Feng Shui é uma corrente de pensamento analítico com tradição de mais de 4000 anos. Os mestres chineses que o estruturaram teriam percebido que cada área natural, terreno ou edificação seria dotada de sua própria vibração influenciada pela presença do Ch'i (chamada em chinês de qi), e estaria sujeita às várias influências do ambiente que a circunda.
Constatando que certos tipos de vibrações presentes no ambiente e na sua envolvente poderiam agir de modo benéfico para o corpo e a mente, enquanto que outros tipos tenderiam a ser prejudiciais, supostamente compreenderam a importância de estudar como situar as edificações, móveis e objectos da maneira mais adequada para favorecer seus usuários, segundo esta interpretação da natureza.
Segundo as ideias pregadas pelo Feng Shui, quando as pessoas procuram este equilíbrio com as forças benéficas da Natureza, podem gozar de saúde, boa sorte e prosperidade. Quando as ignoram e se alinham com influências nocivas, podem experimentar dificuldades e obstáculos que podem se expressar como doenças, má sorte ou indisposição. Claro está que tais sentenças fazem parte desta crença e não são de forma alguma endossadas pela ciência.
Os mestres taoistas que desenvolveram esta arte, não utilizavam-na isoladamente: consideravam-na mais um instrumento de equilíbrio a ser utilizado em conjunto com outras práticas articuladas à Medicina tradicional chinesa, como a acupunctura, a meditação, e o Tai Chi Chuan.

Objectivos

Os chineses comparam os benefícios que o tratamento que o Feng Shui pode proporcionar a determinado espaço com os resultados que a terapia da acupunctura pode oferecer a um paciente.
Segundo eles, da mesma forma que o Acupuncturista, diagnostica os bloqueios na circulação de energia de um paciente e aplica agulhas numa parte do corpo para curar uma outra parte ou órgão, o consultor de Feng Shui detecta as supostas influências visíveis e invisíveis em um ambiente e recomenda curas em uma área particular do imóvel que são capazes de alterar as características da circulação de energia no todo. Não há, entretanto, provas científicas da existência de tais influências "visíveis e invisíveis" nos ambientes.
Supostamente cada avaliação de Feng Shui é única, relativa às influências magnéticas do local, da edificação e de seus habitantes.
O conhecimento destas "influências" pode explicar muitos fenómenos que percebemos apenas de forma intuitiva, por exemplo: o que nos faz sentir confortáveis em determinado ambiente; porque certas áreas de uma edificação são pouco ou nunca ocupadas; porque alguns dos seus moradores sempre estão adoentados; porque certas edificações ou áreas em uma cidade são bem ocupadas enquanto outras são evitadas pelos habitantes.
O primeiro objectivo do Feng Shui é guardar e preservar as boas influências disponíveis no lugar de modo a permitir que permaneçam e se distribuam suavemente pela edificação.
O segundo objectivo é reduzir os efeitos negativos das diversas influências nocivas ao local, presentes na sua construção ou frutos das alterações em seu entorno.
O terceiro objectivo é implementar "curas" que possam produzir resultados em termos de saúde, bem-estar e harmonia para os moradores ou usuários do espaço tratado. Isto pode ser conseguido estimulando as características do espaço benéficas para as pessoas que habitam este local – através das alterações arquitectónicas ou da forma, da cor, e do posicionamento dos objectos presentes no local.

O visível e o invisível

Ao longo dos séculos, os sábios chineses desenvolveram elaborados métodos e sistemas matemáticos estruturados em torno da filosofia taoista para mapear as características magnéticas de uma edificação, mesmo que ela ainda não tenha sido construída. O Feng Shui trabalha cada ambiente em dois diferentes níveis: o visível e o invisível.
O aspecto visível se refere a tudo que podemos ver, as diversas formas que estruturam cada espaço e as relações aparentes entre elas. Sua observação poderia indicar o que está errado num determinado ambiente, por exemplo, os ensinamentos do feng shui relatam que seria nocivo: a porta principal alinhada com a porta dos fundos; a escada alinhada à porta de entrada; ou objectos pontiagudos ou de aparência desagradável na direcção de portas ou janelas. Estas características são relativamente fáceis de remediar, segundo os consultores, com frequência o tratamento conduz a resultados efectivos.
Os aspectos invisíveis são considerados pelos praticantes desta arte até mesmo mais importantes que os aspectos visíveis. Somente os métodos mais elaborados do Feng Shui são capazes de detectar as "influências invisíveis" de uma edificação. Estas características supostamente explicam porque intuitivamente sentimos alguns ambientes ou locais como "maus" e outros como "bons".
Como o invisível supostamente não poderia ser percebido directamente pelos sentidos, seu estudo é realizado através de cálculos matemáticos que descrevem o campo electromagnético existente num determinado espaço, situando-o em relação à planta do local ou edificação que está a ser trabalhado.

Bússula da Dinastia Han

A base para o entendimento destes aspectos invisíveis seria a compreensão de que o alinhamento (orientação do imóvel em relação aos campos electromagnéticos) e as características do momento em que foi construído (relacionadas também aos aspectos da vida estudados pela Astrologia Chinesa) contribuem para que o mesmo manifeste ou atraia certos tipos de vibrações.
De forma prática e objectiva, o consultor usa uma bússola para descobrir a orientação desses campos e fazer o estudo das características electromagnéticas do local ou ambiente, registando os aspectos percebidos, benéficos ou não.
Segundo os praticantes de Feng Shui, não é possível corrigir problemas visíveis sem que também sejam determinados, ou "mapeados", estes aspectos invisíveis. Sem isso os resultados não serão duradouros, não importa o que tenha sido feito no nível do visível. As influências nocivas invisíveis precisam também ser corrigidas no nível visível – trabalhando a cor, a forma e os materiais associados aos diversos aspectos do espaço em estudo.

O Baguá

O Baguá (muitas vezes escrito como bagua, pa kua ou  ba gua) é um símbolo chinês que reúne os oito trigramas fundamentais. Ele é utilizado para facilitar a compreensão filosófica do processo de mutação natural em todas as coisas (o Tao). O baguá mostra as oito possíveis interacções de yin e yang em três linhas que representa o céu, a humanidade e a terra.
Na sua essência o baguá é um símbolo simples. Na prática ele está associado aos elementos, as direcções às cores e partes do corpo. Seus usos e aplicações são vastos e numa casa ele é muitas vezes utilizado com um espelho para deflectir maus espíritos e energias.

Cores no feng shui

No feng shui as cores têm grande importância e são utilizadas como recursos harmónicos relacionados ao seu elemento pessoal. O significado das cores no feng shui tem mais a ver com a relação delas com as cores de seu elemento pessoal.
Portanto, ao escolher cores feng shui para ambientes do trabalho ou do lar é importante descobrir suas direcções e elementos pessoais.

Fontes e Água no feng shui

Feng shui significa água e vento. Toda a medicina e sistema de vida oriental (especificamente o chines) são baseados nos fluxos de energia do ch’i que podem ser mais yin ou mais yang. O ch’i, flui com o vento que é yiang e repousa na água que é yin.
Fontes de água na decoração de uma casa estimula a circlação de ch’i e por isso é um recurso muito utilizado pois é água (repouso de ch’i) em movimento. Por isso dizemos que um curso de água estimula o ch’i.
Existem muitas formas de aplicar o uso de fontes de água e até mesmo de elementos que contém água tal como aquários, mobiles em formato de prisma, etc.

Espelhos feng shui

Os espelhos são utilizados no feng shui para deflectir energias. Na cozinha por exemplos, o fogo do fogão, por ser yang, pode ser espelhado para toda a casa trazendo boa sorte e prosperidade. Espelhos do lado de fora de uma construção podem ser estrategicamente posicionados para evitar que más energias invadam o local.
O espelho é comummente utilizado juntamente com o baguá. O espelho baguá, conhecido por muitos no ocidente é uma combinação do símbolo do baguá com um espelho utilizado para deflectir energias negativas e proteger o lar ou o ambiente de trabalho.

Plantas e objectos no feng shui

Um praticante de feng shui também faz uso de plantas e outros objectos para direccionar o fluxo de ch’i num ambiente.
As plantas possuem uma forte natureza yin e são utilizadas para quebrar e desacelerar ritmos fortes como ruído de trânsito, ventos, etc.
Existem muitos objectos como pedras, esferas facetadas para uso em feng shui, quadros específicos com cores para accionar mais yin ou mais yang.